Flip passa os dias nadando. E quando vem à superfície ver o sol, sonha um pouquinho.
Com sons de grilinhos, se declara.
flrflrflrflrflr. Balança a cabeça. bate a nadadeira na água, chamando...
Algumas vezes, surpreendo-o boiando de costas, como se esperasse alguém chegar.
E mergulha... fundo, mais fundo, mais no fundo. E volta, porque precisa sentir a lâmina de água quente do sol para sentir seu corpo lisinho vivo.
Flip pensa no sol até de noite. Até quando admira a lua.
Porque Flip sabe que só consegue ver a lua se o sol estiver brilhando.
Ele diz querer nadar sem destino, embora saiba a direção.
Flip cochicha aos ouvidos de quem sabe escutá-lo.
Ouviu? Sentiu?
É o sol, Flip sorri.
É meu sol.
É sol meu.
E todo dia, o sol vem procurando por Flip, desde o horizonte quando desperta.
Que graça tem ele aquecer a água se Flip não está nadando.
Ele brilha mais e mais forte, até a água esquentar.
Bom dia, Flip.
Bom dia Sol.
Eles vivem um pro outro. Mesmo que as crianças na praia achem que o sol é pra elas e que as piruetas de Flip são seu maior talento.
Se o sol desistir de Flip e Flip desistir do sol, o sol desistiu do sol e Flip de Flip.
Agora é noite...
Um comentário:
Não sei porque tem 4 comentários lá embaixo. Escrevi só um. Enfim. Que coisa. Flip é um nome tão confoninha. Adoro tele-sena. Piada biuli. Tá um frio do cacete. A vida anda estranha e má. Ainda bem que a gente não tem twitter.
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