Presa do lado de fora. Olho para dentro e procuro a entrada por onde saí.
A alma de vidro permite ver o vazio desocupado à espera.
Quando foi que saí daqui?
Dança lenta. Esvaziamento. Ao mesmo tempo em que preencho espaços de ar com "se's".
Se fosse, se falasse, se desistisse, se terminasse, se ... simplesmente se entrasse e ficasse quieta.
Hoje, antes do bom dia, recebo um abraço da amiga-de-trabalho, que vem por trás dá-me um beijo na bochecha, abraça e diz: "Que bom que você não se matou ontem. Fiquei preocupada quando saiu daqui".
Sim, saí falando, mas apenas falando: "se não fosse doer, pediria para um ônibus me atropelar agora lá embaixo".
Assusto pessoas comuns.
Quer saber? Yep, com o peito pela metade, respiro, sorrio, faço graça, finjo que tudo está bem. E me peço para tomar uma atitude, doa a quem doer. E no fundo, tenho uma certeza criminal, de que seja qual for a opção, o fim é recolher as culpas do chão, uma a uma, e tentar ignorar a dor que o vazio na boca do estômago faz sentir. É a metade do peito que falta.
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