playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

22 de dezembro de 2010

Vim falar das coisas que desanimam.
A página carregou e percebi
desanimei, esqueci.

18 de outubro de 2010

volto pensando

Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto
Do tempo, que é de um só e é de todos
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada


Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.



Jorge Luis Borges

24 de maio de 2010

To montando casa nova, manterei as duas, ou pelo menos tentarei, tipo casa da cidade e casa da praia. Acho que o Café com Crime será a casa da praia, quem me conhece saberá por quê.

Vou migrar alguns textos pra nova casa, os que fizerem sentido de existir nos dois lugares. De resto, espero que visitem os dois, sempre, mesmo que eu demoooore pra aparecer em algum deles. Eu SEMPRE volto, isso é uma certeza.

Segue o novo endereço: www.lidiapaula.wordpress.com

numa tarde de chuva, é só passar aqui, pegar o café e ir pra lá bater papo.

12 de abril de 2010

"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos."


e a Clarice me descreve quando fala de si. Por quê? Como?

25 de março de 2010


Eu juro que to tentando acreditar nisso. Mas tá tãoooooooo difícil.

como se eu já não tive surpresas suficientes na vida

Sim, a obra terminou. Mas o problema não.

Esse é o resultado de se fazer reforma com empreiteiros teimosos que acham que sabem mais que vc, e deixam o nível do ambiente externo no mesmo nível do interno. Preciso falar mais?





8 de março de 2010




Marininha nasceu. Filhotinha do meu amigo Jorgim. E olha que fofa a tia aqui com o menor bebê que já vi no colinho. Fiquei toda toda, me sentindo importante.
Bem-vinda piscianinha!


Enfim, fim!
Reforma acabada, aos trancos e barrancos. Mas ficou bom. uma fotinho da persiana nova, antes da foto final pra fazer um antes e depois.
Foi dureza, mas passou. Tá certo que podia ter passado com menos lágrimas, mas foi.
Ao amigo que me aguentou 1 mês invadindo a casa, obrigada.
A quem me ouviu falar,fala,r falar, monotematicamente, espero retribuir.

23 de fevereiro de 2010

"Às vezes, não sentir nada é a única maneira de sobreviver"
May - A Vida Secreta das Abelhas


Isso explica algumas pessoas.

21 de fevereiro de 2010




e pra varias, uma carinha pra me manter acreditando que existe o que imagino ser felicidade.
saudade dos filhotes. no close, Pinguinho

Vinte dias se passaram.

Minha identidade de casa está um pouco abalada, entro lá e nao me sinto tãoo em casa. A sensação é de que eu poderia viver assim, com uma malinha e em hoteis, sem apegos. Embora eu sinta falta das minhas coisas, ainda que não faça ideia de onde elas estão neste momento.

Voltei a nadar dia sim, dia não, e as vezes um sim e o outro também. Ontem foram 2 horas e meia. Tem sido o único momento que consigo ficar com o telefone desligado sem me preocupar se alguém vai ou não ficar chateado ou até bravo por não me achar disponível. É brega, mas digo que é meu momento. E além do óbvio, tem sido divertido.

Continuo pensando compulsivamente, na vida, nas pessoas, no que vejo, no que sinto, no que o outro vê e sente também. Porém, infinitamente mais calma. 33 anos se aproximam.

Tenho vivenciado a solidão, mas ainda não me acostumo a ela. Ou melhor, acostumar-se a ela sim, mas desejá-la não. Não mesmo.

Sofro pelo sofrimento de quem mora aqui dentro. Sofro por mim. Me alegro também, em momentos espassados.

A divagação de ontem foi: "Existe algum motivo para que cada um seja o que é. Ou não?" Parece óbvio, mas nem tanto.

Olha aí embaixo as novas fotos da evoluçao da casa. 80% concluído.
Meus sentimentos e divagações andam tão profundos que não tenho conseguido elaborá-los a ponto de escrever sobre.


Uma bagunça antes de levarem o entulho, ainda se via parte da casa.


Não existe quase mais nada como era


e um renascimento, ainda sem muita personalidade


fiquei horas escolhendo essa faixinha

5 de fevereiro de 2010

alguém mexe a bunda da cadeira por alguém hoje em dia?


antes se atrevessava oceanos por quem importava.
hoje, acho que no fundo só se quer importar pra alguém o suficiente pra estar contido nos planos.

me choco a cada meia hora.

Aproveitando a era do "EU", vou usar uma versão diferente do "EU PRA MIM" e dar a contrapartida do post anterior no melhor estilo "EU PRO MUNDO". Eu seria uma hipócrita se não fizesse isso.


Eu não sou politicamente correta, pra decepção das comunidades coxinhas.
Às vezes maltrato minha mãe, pelo excesso de "quero que tu seja feliz", ai critico, grito, depois ligo pedindo desculpa.

Infernizo a vida de muita gente, principalmente dos que verdadeiramente me amam (simmm existem), falando pelos cotovelos, divagando, ficando em dúvida, pedindo (mais) carinho.

Encontrei uma pessoa que me ouve, me enxerga (às vezes não, mas é perdoável) e me ama, pq já aturou bastante coisa de mim.

Hoje em dia só posso dizer que tenho um amigo, e por deus, ele tem paciência comigo.

entre outras coisas, essa dualidade é que dificulta tudo. por isso, vc deve fazer uma lista com os pesos das coisas, fulano pode pecar em um ou dois quesitos, mas acerta em um muito mais importante.

não, meus defeitos não param aqui, mas daria uma lista longa.

eu reclamo, mas juro que reclamo somente o que posso retribuir.
Eu tento ouvir, embora fale horrores.
eu não penso só em mim, e esse talvez seja o meu pior defeito.
pq sei que exijo que as pessoas entendam e sejam assim.

ms to mudando. e hoje tento dar valor a quem ta do meu lado antes de perder, como já aconteceu. porque tb falho, diariamente, hora a hora. conversa a conversa.

e embora alguns digam que peço desculpas demais. Acredito que sinalizar que sei que errei e pretender nao repetir seja necessário sempre pra demonstrar: você é importante pra mim!

saca?
espero que as coisas não sejam tão radicais. se tu errar, vou te dar algumas chances de reverter. até que o não uso delas deixe claro que não vale a pena.

se eu errar, queira me ouvir.

tudo isso se converge no seguinte pensamento: relações superficiais são mais saudáveis, pq quando vc se dá demais, se entrega e se fragiliza demais, acreditando que o cuidado que você tem o outro terá tb.
e com esta conclusão, quero continuar me envolvendo profundamente, pq sou teimosa num tanto que chego a ter raiva de mim.

ultrapassei o limite da divagação. a partir da linha de cima, começamos a nnao fazer sentido.

bom fim de semana, bro.



Ontem não tirei fotos. Estava quase toda casa sem o piso. O ar tornou-se rarefeito e o cheiro do parquet retirado tornaram impossível respirar por la. Fui pra casa do Xixo.

o Tempo todo me acompanham os pensamentos de como além de chato, é difícil fazer as coisas só, principalmente quando, em teoria, nnao se está só na vida. Você tem pais, tem amigos, ainda que bem poucos, tem um namorado ou namorada. Ou não tem alguma das opções, mas ainda assim, há pessoas na sua volta.

A resposta é, talvez: todos têm suas urgências, seus problemas, e suas prioridades. Alguns arrumam um tempinho para perguntar como vc está, se precisa de algo, mas atente para esse momento. Você não deve dizer que precisa. não é esse o comportamento adequado, pq se o perguntante for alguém sem muita intimidade, o motivo é óbvio, e se for alguém íntimo, isso gerará um conflito de demandas. A pessoa até pode querer estar disponível para você, mas será difícil e os colocará em sofrimento, ambos vocês. Ela por "não poder" e você por esperar algo que não virá.
Portanto, poupe os que vc ama, e a si mesmo. Decepções são desnecessárias entre pessoas que se amam.

Ah, consegui "instalar" o holter hoje, com mais de uma hora de atraso, meu e deles. To teleguiada por eletrodos. Até amanhã. Ee o dia já começou com fortes emoções, o que garantira um rico resultado.

Voltando, há quem diga que o melhor é se fechar pro mundo. Hum, talvez, mas esse conselho normalmente vem de alguém que nunca se abriu de fato, o que torna difícil compreender como é bom e possível se dar, receber e etc.

Anteontem, a menina que trabalha comigo, reclamava de falta de tempo, de gasolina e um monte de coisa pra ir comprar uma flauta pra aula da filha. Enquanto ela falava, eu pensava, inconformada "como pode? é filha dela. e mesmo que não fosse. qual a grande dificuldade de pegar seu carro, dirigir 20 minutos, entrar na loja e voltar?".
Pra mim, nenhuma. Mas aí é que tá. Pra mim. Pra ela, e pra muiiiita gente, fazer as coisas em geral, mas principalmente pros outros, ainda que seja um filho é muiiito difícil. Afinal, pode-se perder um braço ou o tempo mais precioso do mundo né.

Ok, saí para o almoço como sempre, fui até minha casa, o ar condicionado do carro, nenhum sofrimento até aqui. Cheguei em casa, verifiquei a obra (que superficialmente é algo comum pra todo mundo, mas dadas as circunstâncias em que aconteceu, pra mim ta sendo um momento bem difícil), comi, e ao voltar, pensei, posso desviar 10 minutos meu caminho e passar na loja e comprar a flautinha pra menina. Morrerei por isso? Ha, com certeza não. Atraso? Talvez, mas é o fim do mundo atrasar 15 minutos? Quando o motivo for um ser vivo, não mesmo.
Comprei a flauta e entreguei pra ela.
E pasmem, to viva, não perdi braço, gastei menos de um litro de gasolina e exercitei algo que prezo muito: tratar com valor coisas pequenas de pessoas, se isso é importante pra elas. Faz parte do movimento "vamo se enxergar?"
Ela agradeceu, mas será que repensou seus conceitos?? Muito provavelmente, não!

Aí é que paro pra pensar se tem valido a pena. Será que ninguém faz uma reavaliação de conceitos, nem vendo que é possível ser diferente, por si e pelos outros?

Não. E diante desta conclusão, ainda que inconformada, me remeto a quem me magoou, me quis longe, afastou-se e eu tb, reapareceu dizendo que precisava falar, eu dei a oportunidade e imediatamente aquilo perdeu o valor e a necessidade.

me remeto a quem muito me ama, mas por ser prático na sua própria vida, naturalmente nao considera pequenos tormentos.

me remeto a quem gostaria de construir uma vida ao meu lado, mas só se não estiver chovendo e a agenda estiver livre.

Me remeto a quem me procura pra matar a vontade de me ouvir, mas é só isso, ouviu! não insista, gostar de vc é outro assunto, ah e foda-se se vc fica triste com isso.

me remeto à minha chefe (isso nnao caberia aqui, mas vale como exemplo de foda-se os outros), que finge que não vê as coisas, trata uma equipe que ela dizer prezar com total cinismo e desrespeito quando se trata de direitos, em compensação, os deveres que nem temos, ese são cobrados. você deve estar pensando, tá, mas isso é normal. BINGO. não deveríamos achar isso normal. falta de consideração de onde quer que venha NÃO É NORMALLLLL!

Peraí, perdi algo?? me ligou pra quê mesmo?

Enfim, sou louca, dramática ou burra?

Talvez as 3 coisas, e mais algumas. Como queiram.

Mas ainda, e como eu queria que não fosse, mas é, acredito em amor, respeito e consideração e que não custa nada pensar em mim, mas tb em ti,

E Deus, agora é contigo o assunto, os demais podem parar de ler: Cá pra nós, qual é a tua? Pelo amor de ti mesmo, me endureça. Me faça não me importar com ninguém e nnao querer tanto a presença de quem nnao quer estar presente ou não ME quer presente. Você vai estar garantindo a minha e a felicidade de toda essa gente que eu amo de verdade, pq talvez eu pare de encher o saco deles com coisinhas desimportantes que ocupam o tempo de vida que temos... pra quê mesmo?

4 de fevereiro de 2010


Converso com Valentina, uma das "pessoas" que ainda têm paciência pra estar do lado. Na verdade, a única. Penso em quem tem tido saco pra ouvir as notícias ruins e fico feliz quando posso dar uma boa. Eu continuo fazendo piada com o mundo e tentando divertir gente, choro horrores ao telefone, minha mãe que o diga.


E durante o treinamento para me conformar que essa coisa de ser só em algumas partes da vida é inevitável se depender da maioria, cada vez me certifico mais de que não me moldarei a isso.
Se um dia eu disse que te amo, ou que te gosto, ou deixei claro que você podia contar comigo, tenha certeza de que você continua podendo contar, ainda que a recíproca não seja verdadeira.

Holter marcado para amanhã novamente, será que desta vez eu consigo?


O inferno das águas 3


Tudo quebrado na sacada e pontualmente às 17h de segunda-feira, o céu desaba sob nossas cabeças, confirmando que São Pedro desistiu do quesito originalidade.Pra ajudar, os "moços" da obra esqueceram de colo
car a lona e pra ajudar mais um pouquinho, colocaram sacos de entulho em cima do ralo, pra ficar bem divertido quando eu chegasse em casa e encontrasse a salinha assim:



Décima sétima vontade de chorar no mês. Respirei fundo,
passei uma hora tirando água da frente e jurei que mataria o teoricament
e comandante da obra.

Os dias se seguiram, com chuvas pontualmente ao final da tarde, quebrações, mas com sentimento de "tá andando".
Ontem, quarta-feira, 03 de janeiro, cheguei em casa e uma notícia boaaaa. Meu canteiro de obras, quer dizer, minha casa, estava mais da metade quebrada e o PISO tinha chegado... simmm o piso que eu achei que tinha escolhido errado, estáva certo, é buni. ågora, está tudo la, aguardando. Eu ainda durmo no quarto, ainda transitável, e divago sobre a possibilidade de doar já minha cama pra comprar uma nova no fim de tudo.
Abaixo, um antes e um durante, nnao vejo a hora do depois.


2 de fevereiro de 2010

O Inferno das águas 2


Depois daquela noite, seguiram-se conversas com o vizinho e com o síndico, além da certeza mais que absoluta que precisava iniciar a tão sonhada reforma, há muito protelada por questões monetárias.
E as surpresas que nos fazem desacreditar de que ser uma pessoa decente valha a pena: o problema, de acordo com o síndico, era meu e tão somente meu. Inclusive e obviamente o reparo no apartamento de baixo, afinal, esse era quem menos tinha responsabilidade.
Ainda continuo questionando a participação do condomínio, afinal, também não foi um problema SÓ do meu ap. Agora, alguém lembra de me dizer que vai consertar as rachaduras na minha parede? Isso é responsa do prédio, que eu saiba.
Enfim, assumo neste momento, uma postura que sempre critiquei, dou por encerrada a era do "sou bacana e decente".

Tratei de buscar orçamentos, e quando já estava quase fechando com um pedreiro, por acaso, encontrei um pessoal da empresa que fazia a reforma do vizinho no elevador. Optei por eles, por ser uma empresa, com maior estrutura e, teoricamente, me daria um pouco mais de segurança quanto aos serviços. T -E-O-R-I-C-A-M-E-N-T-E!

No sábado, dia 30, começou a quebradeira. (e uma sensação de "agora vai" proporcionou umas poucas horas de paz ao meu coração (que está em testes, como vocês puderam ler dois posts atras).


Sentimento de despedida e alívio se alternavam. Afinal, sou uma alma que se apega.
Pensando no óbvio e fazendo uso do QI que me foi concedido neste encarnação, resolvi pedir uma lona (la em cima na fota dá pra vê-la), a
final, todo santo dia, com hora marcada, o mundo desaba na cidade da garoa que há muito perdeu essa alcunha para assumir a identidade de cidade de Noé. Motivos óbvios: sem o piso, o ralo ficaria mais alto que o chão, e a probabilidade de a chuvarada tomar conta da minha vida e da vida do pessoal de baixo era imensa.

Domingo de sol, fui levar Valentina e Pinguinho para a casa da Dona Carolina. Eles nnao precisavam aspirar poeira e eu não ia dar conta de suprir mais essa tarefa. Almoço gostoso que só ela faz, conversinha, Valentina feliz no quintal (olha a foto), e fui terminar de c
omprar o piso, negociando de lá e de cá, enquanto um temporal gigantesco se formava.


Vou terminar este post com essa imagem, pra ficar feliz um pouquinho.

O Inferno das águas


Sei que falar em estragos com essa onda, literal, de chuvas em SP é redundante e out of date, mas, quando se mora no 13 andar e se é surpreendida por águas que de tanto que caem de cima acabam entrando por baixo do seu chão, é quase assustador.
Pra resumir o soneto até aqui, choveu pencas de água no final do ano, eu viajava e tive que voltar correndo, porque algo fez minha sacada encher de água e inundar meu apartamento e, consequentemente cair água no apartamento de baixo. Quando cheguei, descobri folhas de ávore no ralo. Foram 4 horas de rodos, toalhas e um choro intern
o por ter que ver aquilo tudo e nnao ter sequer quem abraçar, no meio das á
guas, fui dormir 4h da manhã. E o desastre estava começado.

a reconstituição do crime foi essa, de acordo com meu diploma de investigadora de incidentes supostamente apelativos:

A- choveu horrores nos dias 02, 03 e 04 de janeiro de 2010
. As folhas da árvore da vizinha de cima entupiram o ralo da saca, afinal, eu não estava lá de plantão para varrer como de costume (o que não deveria ser um costume).




B- A água não tinha para onde ir, estava passando e resolveu entrar para uma visita.

19 de janeiro de 2010

às vezes, eu tenho a impressão que to explodindo. e não é que tenha comido muito.

de umas semanas pra cá, não há um dia em que nao sinta o ar rarefeito 70% do tempo. sabe aquela sensação quando você mergulha de mal jeito e entra um pouco de água no nariz? imagina sentir isso durante o dia, do nada.

Num dos primeiros dias do ano, me senti mal. quatro dias de atividades intensas na Bahia, sol na cachola, cerveja (pouca, mas desabitual), uns dois cigarros de cravo e 4 horas de arritmia ininterrupta, como se o coração fosse ora parar ora saltar pela boca. Quiseram me levar pro hospital e eu resisti bravamente como sempre. Sabia que se deitasse e ficasse um pouco quieta ia passar. mas e o medo? um medo medinho de estar tendo de fato um treco.
Estraguei a noite em que Vicentinho ficou trilili de caipirinha e fui pra casa, deitei, tive uma crise compulsiva de choro (medo, engustia, sei la), liguei pra minha mãe pra me certificar de que não era um pressentimento ruim e dormi.

acordei bem, com receio de respirar mais fundo e sentir de novo, mas bem.
até o medo de avião que me acompanha há alguns meses e não combina comigo foi ignorado na volta. uma semana depois, no primeiro dia de volta ao trabalho, sinto novamente quase a mesma coisa em escala 1:1000. e a decisão de ver um cardiologista se fez a ordem da semana.

pois fui, e como era de se esperar, dentre perguntas e examinamentos, os exames naturais para se detectar algo foram pedidos, mas a quase certeza de se tratar de sintomas de ordem mais que emocional ficou explícita.

e há de ser, visto que essa sensação de água Perrier no nariz não passa e o ar rarefeito vai e vem, desdependendo dos pensamentos, que hoje já não querem ser pensados mais.

e como disse a mamãe ontem, na véspera do seu anioversário: Acho que devo estar com uma tristeza tão grande que sequer reconheço como tristeza, não percebo, mas o corpo sim e está reagindo.

pq, de certa forma, sei que quando prefiro calar a dissertar, a coisa tomou proporções sem volta.

ando fraca, e não posso dizer que estou triste. meu corpo está, mas eu, eu cabecinha coração estou só vencida.

e juro, feliz. porque antes uma determinação não ideal que um buscar coisa nenhuma que nunca vai chegar.
to mais eu, e talvez por isso esteja reagindo fisicamente a isso.
deve ser o corpo acordando de uma hibernação que durou o tempo que precisou durar. (pesares aparte, tendo sido inútil ou não)