playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

19 de janeiro de 2010

às vezes, eu tenho a impressão que to explodindo. e não é que tenha comido muito.

de umas semanas pra cá, não há um dia em que nao sinta o ar rarefeito 70% do tempo. sabe aquela sensação quando você mergulha de mal jeito e entra um pouco de água no nariz? imagina sentir isso durante o dia, do nada.

Num dos primeiros dias do ano, me senti mal. quatro dias de atividades intensas na Bahia, sol na cachola, cerveja (pouca, mas desabitual), uns dois cigarros de cravo e 4 horas de arritmia ininterrupta, como se o coração fosse ora parar ora saltar pela boca. Quiseram me levar pro hospital e eu resisti bravamente como sempre. Sabia que se deitasse e ficasse um pouco quieta ia passar. mas e o medo? um medo medinho de estar tendo de fato um treco.
Estraguei a noite em que Vicentinho ficou trilili de caipirinha e fui pra casa, deitei, tive uma crise compulsiva de choro (medo, engustia, sei la), liguei pra minha mãe pra me certificar de que não era um pressentimento ruim e dormi.

acordei bem, com receio de respirar mais fundo e sentir de novo, mas bem.
até o medo de avião que me acompanha há alguns meses e não combina comigo foi ignorado na volta. uma semana depois, no primeiro dia de volta ao trabalho, sinto novamente quase a mesma coisa em escala 1:1000. e a decisão de ver um cardiologista se fez a ordem da semana.

pois fui, e como era de se esperar, dentre perguntas e examinamentos, os exames naturais para se detectar algo foram pedidos, mas a quase certeza de se tratar de sintomas de ordem mais que emocional ficou explícita.

e há de ser, visto que essa sensação de água Perrier no nariz não passa e o ar rarefeito vai e vem, desdependendo dos pensamentos, que hoje já não querem ser pensados mais.

e como disse a mamãe ontem, na véspera do seu anioversário: Acho que devo estar com uma tristeza tão grande que sequer reconheço como tristeza, não percebo, mas o corpo sim e está reagindo.

pq, de certa forma, sei que quando prefiro calar a dissertar, a coisa tomou proporções sem volta.

ando fraca, e não posso dizer que estou triste. meu corpo está, mas eu, eu cabecinha coração estou só vencida.

e juro, feliz. porque antes uma determinação não ideal que um buscar coisa nenhuma que nunca vai chegar.
to mais eu, e talvez por isso esteja reagindo fisicamente a isso.
deve ser o corpo acordando de uma hibernação que durou o tempo que precisou durar. (pesares aparte, tendo sido inútil ou não)