Naquela noite de garganta engasgada, ela abre a mala, senta no chão e fica por horas olhando o coração.
Suspiros engolidos marcam a dor da perda. Perda de si mesma.
Havia uma esperança de sair inteira, mas percebe, ao ouvir as batidas espaçadas, que seu melhor pedaço estava sendo deixado. Era necessário. Não havia escolha, embora parecesse uma.
Era tarde. Sentia mais uma vez ser invisível, ser qualquer coisa.
Engole um seco dos que atentam sobre si próprios, e sabe que é o que deve ser feito, mesmo que quisesse com todas as forças o contrário.
Sem ajuda, sem amparo, sem cumplicidade, veta, em nome do amor próprio, às custas da morte do coraçào.
O desamor vem em tom de proposta. Que claramente declara.
Neste instante, prefere o silêncio da dor...
Cala. Chora. Espera.
Eu estou aqui, pensa, e ninguém viu, mais uma vez.
Meu silêncio é dor, nada além.
E pede: apenas me permita silenciar.
Apenas.
Um pedido.
Fecha a mala, deixa ele lá.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
7 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário