playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

9 de outubro de 2008

Eventualmente, quando penso em ser alguém significativo à humanidade, ou pelo menos a uma parte dela, planejo uma exposição sobre mim planejada por alguém que não eu.

Dentre as várias seções - sim serão várias -, sempre imagino uma com cartas trocadas - o tempo passa e terão de ser incluídos alguns e-mails também, não fiquei imune.
Não que eu ache que minha vida seja das mais polêmicas, mas pelo orgulho de travar conversas escritas com os que me conhecem bem que quase parecem poemas ritmados ao violão.
Quisera eu reproduzir algumas, acredito que pelo menos boas risadas provocariam, meus interlocutores - ou interescritores - são dos mais espirituosos, e eu... vou seguindo fazendo rir ou chorar os que escolheram de livre e espontânea vontade partilhar a vida comigo.
Amigos, ex-amores-amigos-maisamores, alguns de tanta fé que na distância de dias sem fim, aparecem com duas ou três frases do nada, mas que representam um mundo.
"...tu segue comigo a cada momento, a cada passo... sempre espero a hora de dividir as coisas contigo novamente... inumeras vezes vivo as coisas como uma retardada ao lado de uma amiguinha invisível... dou risada de coisas e escuto a tua risada ao meu lado... como se estivesse presente... pode parecer estranho... devido a ausencia e a distancia... mas ainda é contigo e somente contigo que divido a minha mais interna emoção...me sinto com 16 anos... velha garota ainda de guids all star e tudo o mais... nao tenho mudado muito nada para te esperar."

ou
um abraço sem fim e a amiga diz, "acho que vou levar tua cabeça comigo...".. 
"e sim, nem bom nem mal não é ruim. lembra que quem quer montanha russa o tempo todo acaba vomitando no pé.
ditado que acabei de criar mas achei bom.
sim, devias ter deixado a tua cabeça comigo.
ela me seria útil em casa.
podia deixar em cima da tv e ir conversando enquanto tentava em vão achar um local ideal para os móveis"


Talvez eu me dê mais importância do que realmente tenha, porque na verdade mesmo, eu sou brega no úrtimo, invejosa, grosseira e desintelectualizada. Uma farsa quase bem dirigida. Leio somente orelhas de livros e disserto sobre a vida e obra dos autores, manejo bem um teclado e decorei dicionários. Leio bulas de remédio pra ter mais soluções em eventos casuais. Destruo códigos internos para privilegiar amores burros e saio correndo, a galope (como diz Crislis), toda vez que apesar de eu ser quem sou alguém não arreda o pé do meu lado. 
Duvido de quem me ama.
E acredito em pessoas que eu inventei.
Corro a buscar uma caixa vazia.
Destravo cadiados que não fecham porta nenhuma.
E não sigo evidências.
Desacredito de probabilidades.
Escrevo descombinando palavras, porque no fundo a confusão me completa.
Mas gosto de quem me esmiuça, de quem descobre o que tem por trás dos meus sorrisos tão sinceros. 
Gosto de quem não tem medo. 
E morro de medo de deixar de sentir, qualquer coisa.
Normalmente, ofereço bóias para quem atravessa meu clown. 
Porque é fundo aqui dentro... 
ah, e há ondas.

Um comentário:

Unknown disse...

O melhor de tudo, tudo, tudo, é que tu não é uma farsa.