playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

6 de dezembro de 2007

Meus olhos não permitem uma gota caída por medo que me eu me afogue em minha própria lágrima.
Minha letra rabiscada descreve o sorriso largo que me faz lembrar os doces olhos e o som da voz.
Certo dia, esses olhos cruzaram meu caminho.

O que será que me dá que me bole por dentro
Será que me dá

Certo dia, vi o sorriso se abrindo como lentamente olhos abrem sonolentos pela manhã depois de um sonho esperado.
Que brota a flor da pele será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar

Certo dia, ouvi a voz. Suaves primeiras palavras. Conheci o primeiro tom: tímido.
Segui vendo ao longe.
Certo dia, um olá.
Um convite aceito de susto. A vergonha na cara que me faltou me mostrou o caminho.
Era isso. Era exatamente isso.
Certo dia, o telefone tocou.
E tocou novamente. E de novo.
E entre graças, ninguém percebeu.
O pó mágico teu e meu.
As noites brilham mais desde lá.
E brilham, todos sabem, todos vêem.
Negativas. Quantas negativas combatidas lá e cá.
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar

De tantas pedrinhas ladrilhadas, nenhum olhar nunca quis mentir.
O que não tem mais jeito de dissimular

A chuva que chora lá fora faz lembrar as primeiras lágrimas que tanto me encantaram.
Acho que te amei alí.
A capa dura não escondeu de meus olhos, que fingem olhar pra onde não se sabe, essa fragilidade.
Desejei alí.
E que nem é direito ninguém recusar

Perdi teus olhos de vista tantas vezes que perdi a conta.
Um anjo que insiste em voar sobre nós trazia de volta. Ele pleiteia suas asas por nós. Num céu de algodão.
De algodão teus lábios nos meus. Noite inesperada. Noite improvável. Incompreensivelmente provável aos olhos do anjinho.
E que me faz mendigo me faz implorar
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita

Pequenas confissões.
Esse coração que se parte e se refaz, movimento interminável.
Não teve jeito.
O caminho era de encontro. Tentativas de desvio em vão.
Mas pra quê?
Pra que desviar do que nos faz sorrir de doer a barriga?
Certo dia, dormiu em meu colo.
Arrisco achar que ali você sentiu.
Tão protegida se desprotegeu.
Meus minutos viraram horas.
E teu sono consegue ser mais lindo que a palavra que o descreve.
Certo dia, de repente, a distância-ausência aproximou tudo...
O que será que será
Que dá dentro da gente que não devia
Que desacata a gente que é revelia
Que é feito aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia

E foi um pouco tão muito que não se aguentou em si.
Desordenadamente, o sentimento mais intenso, dolorido e apaixonante justamente por ser de uma suavidade brutal calou.
Esse "nosso" não se escreve. Esse "nosso" mora nos olhinhos ora verdes ora de mel, mora nesse espaço que vai daqui até aí.
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos toda alquimia
Que nem todos os santos será que será
O que não tem descanso nem nunca terá
O que não tem cansaço nem nunca terá
O que não tem limite

Essa saudade que não permite ausência.
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem juízo


Boa noite, bom dia, boa noite, bom dia, boa noite...
Boa noite e bom dia são encontros. Lindos encontros como você.

Nenhum comentário: