playlistinha - momentos

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18 de dezembro de 2007

Conversa filosófica sobre a solidão com um pai ausente à 1h30 da manhã.
Sim. O mundo tem salvação.
E lá estamos nós, eu e ele, trocando MSNs sobre ser ou não ser sozinho.
Ele não me falou nenhuma novidade. Mas talvez eu o tenha surpreendido.
Ok, dizer que ele não me falou nenhuma novidade é duro demais. Me disse que escolheu ser sozinho por sobrevivência, mas que sabe que foi a escolha errada.
Palmas e plaquinhas para papai.
Sim, caros mortais. Deve ser o perfume de Papai Noel se aproximando. Corações amolecem.
Por falar no barbudo, este vai ser meu primeiro natal só. Sem mamãe, sem tradicionais passadas nas casas dos amigos, e sem natal da Xuxa se Deus quiser.
Triste? Não, nem um pouco. Acho que vai ser, no mínimo, enriquecedor.
Durante quase 15 anos, ele sempre esteve lá, um pouco depois da meia-noite ele chegava.
Não é o Papai Noel, porque desde os 4 anos, depois que eu descobri a bicicleta atrás da cortina, eu já sei que ele não vem. Não que não exista, mas é uma questão de logística.
O Cara ao qual me refiro é aquele predestinado a mim, assim como eu a ele, por puro karma. E vamos combinar que é um karma bem bom de pagar.
Neste ano, que vai até ele sou eu. No mínimo será emblemático.
Segundo ele, nós, o peru e o vinho nos bastamos.
Segundo eu, a gente vai queimar o peru, beber todo o vinho, chorar duas vezes e morrer de rir. Tem coisa melhor?
Então vai lá, pedido de natal: papai do céu, mantenha minha boca fechada para que eu não termine o ano choramingando meus assuntos insuportáveis nos ouvidos santos do meu melhor amigo. Me engasga com o peru, mas me mantenha de boca bem fechada. Ele ja pagou os pecados por este ano.
Agora, no ano novo...


2h44 - comi um balde de arroz com qualquer coisa e to com um buraco imenso no estômago. A coca-cola acabou. A dor aquela tá adormecida.
Não vou fumar mais porque o pulmãozinho dói e nada me convence de que isso não é o início de alguma coisa bem séria. Sim, perco tudo, menos a dramaticidade.
Vazio! É isso. O buraco no estômago. Será meu vazio? Aquele que venho pedindo há semanas. Deus é pai, me esvazia de mim. (isso não é simpatia pra emagracer, ok)
Nenhuma música permeou esta noite.
Vejamos se há alguma que faça sentido...
Veio na cabeça uma da Ana Carolina, velhaaaaa que dói. Mas deixemos Ana pra lá.
Outra.
Meu nome é Gal, e desejo me corresponder com um rapaz que seja o tal. Meu nome é Gal. E não faz mal que ele não seja branco, não tenha cultura de qualquer altura, eu amo igual. Meu nome é Gal. E tanto faz que ele tenha defeito e traga no peito crença e tradição. Meu nome é Gal. E eu amo igual.
Meu nomeee Gallllllllll...

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