3h54 - em casa. Gosto mais da noite. Vim caminhando pela rua molhada e vazia.
Tem um ar na noite que me faz sentir bem. Tudo fechado, um carro ou outro. Entro em casa e recebo afagos. Eles estão sempre me esperando. A última música pôs todos sentadinhos no palquinho. Parecia uma foto do jardim de infância.
Tirando Maria Sapatão, acho que até as japonesas só falam de amor pra lá, amor pra cá. Entre alegres e tristonhas, todas fazem a gente pensar em alguém. Blá. Fiquei olhando pro japonês gordinho do outro lado, enquanto lia a letra de Flor de Lis na televisãozinha. Em quem será que ele pensava? "Valei-me Deus, é o fim do nosso amor. Perdoa por favor, eu sei que o erro aconteceu, mas não sei o que fez tudo mudar de vez, onde foi que eu errei. Eu só sei que amei, que amei, que amei. Será talvez, que a minha ilusão foi dar meu coração pra essa moça me fazer feliz. E o destino não quis me ter como raiz de uma flos de lis...".
Música vai, música vem. Boas risadas, meio amerelas às vezes, mas boas risadas.
Agora um silêncio molhado de chuva. Tem jeito de se fazer mais noites que dias?
Não sei o que é, mas a noite me dá sensação de abraço. Nunca consegui explicar exatamente, mas alguém deve saber do que falo.
4h18 - logo vem o sol, novo dia. Será que quando eu abrir os olhos daqui a pouco, virá o mesmo primeiro pensamento de todas as manhãs? Por favor, não.
O senso de humor do Todo Poderoso tá começando a me encher o saco, sabia.
Dá pro Senhor ir tirar uma com a cara de outro?
Valentina deitadinha me olha e deve pensar o quê?
E pensar que semana que vem, ela não estará aqui. Batendo o rabinho no chão quando me vê.
Ela vai estar mais feliz. Isso que importa. Eu... não interessa. Já sou gente grande.
Sou??
Às vezes me sinto gente pequena. Gente que só quer colo.
Pelo menos ainda estou aqui. Às 20h30, achei que não estaria. Foram dois tiros do ladinho de onde eu estava. Dois caras correndo e eu pensando: Deus, que eu não ache uma dessas balas que acabaram de se perder.
Blá. Boa noite musical
Ah, cantamos Deslizes. Sucesso.
E o quentinho do note na minha barriga neste momento é impagável.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
12 de dezembro de 2007
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