playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

27 de janeiro de 2009

É muito rápido. De um minuto para o outro, de repente, como se o chão saísse debaixo dos pés. O que até 1 minuto atrás estava tranquilo e certo perde todo o sentido.

Não sei se consigo explicar muito além disso, mas reportar essa sensação faz parte de tentar entende-la.
Aconteceu agorinha. É como se uma prateleira interna estivesse sendo arrumada. Os livros lado a lado, alguns objetinhos, canetas de um lado, dois porta-retratos do outro. Você para de arrumar, dá dois passos pra trás e admira como ficou. Orgulha-se, até. Uma sensação de sentimentos nos seus lugares toma conta de você. Consegue respirar e sentir-se calma. Até ter pensamentos otimistas e satisfeitos consigo mesma. Lembra das coisas que acredita e de onde veio e pra onde vai. Imagina os dias vindouros e tudo bem. (depois que isso acontece duas ou mais vezes, neste estágio rola uma pequena angústia, pois sabe que a qualquer momento isso pode mudar, então você fica tentando guardar essa sensação, repetindo ela em sua cabeça)

Do nada (ou melhor, eu ainda não consegui identificar um agente), é como se um tremor de terra balançasse tudo, por segundos. E está tudo desarrumado de novo. O sentido das coisas se perde, os livros caíram no chão, um pequeno sentimento de derrota (seja lá do que). O peito imediatamente aperta e vem a sensação que eu nomeei "infelicidade". É um "falta-alguma-coisa" sem explicação.
Naturalmente, você tenta relacionar a alguma coisa que te incomode ou entristeça no momento (no meu caso alguma pessoa, ou situação, pois são o que mexe comigo, mas as opções são inúmeras), e me pergunto se isso não é apenas uma necessidade de relacionar sentimentos.

Talvez não tenha nada a ver com o fato identificado como causador, e ele esteja sendo apenas um bode espiatório para uma imcompletude sua.

Esses períodos de "desordem" costumam durar mais que os de "ordem", e justamente por isso, intensificam o prazer do período de ordem, que poderia quase comparar a um estado de euforia, um pouquinho menos talvez.

Segunda dúvida: apesar de agustiante, estressante, será que nos tornamos dependentes destes loopings de montanha-russa internos?

É, talvez todos se sintam assim em algum momento da vida, e acho que este tem sido o meu.

Um segundo de silêncio... e penso: que bom pela primeira vez pegar esse monstro com a cara na porta e descrever seu focinho. 

Um comentário:

Tatiana Franey disse...

que saudade de te ler. nao posso mais ler durante os dias no trabalho, tudo bloqueado. lendo tudo de uma vez agora.