playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

13 de janeiro de 2009

As pessoas a amam. Tanto que dão de graça carinhos que muitos precisam negociar.

A dor na nuca persiste há dias, mas ontem foi torturante. 2 comprimidos branquinhos e 1 marronzinho, e 4h da manhã é possível sentir os olhos pesando, enfim, com todo aquele calor que só passava quando encostava as costas na parede fria.
E pensava: "não vou acordar".
Oito horas e a água quente do chuveiro prometia aliviar um pouco a dor que a essa altura também já tinha acordado.

Justificando o amor gratuito recebido, no final da manhã, aproximam-se e num tom delicadamente autoritário, e ouve: "vou te fazer uma massagem".
Nasceu incapaz de recusar qualquer coisa que se disponha a lhe apalpar, afofar e assemelhados, portanto, sorriu e ajeitou a cadeira.

Enquanto era agraciada, com um cuidado maternal, sentia uma culpa de estar recebendo aquilo assim, de graça, de carinho, de... sei lá. Em vez de relaxar, fica mais tensa nessas horas.

Foi rápido. Dez minutos, e no fim, deram-lhe um abraço, como se agradecessem. 
E lhe veio essa coisa do carinho gratuito, quando alguém se sente bem em fazer bem a você.

É privilegiada no mundo, porque muitas pessoas a sua volta dão o que ela nem espera.
Mas se xinga todo dia à noite por não precisar unicamente desse amor.
Ela precisa do que não tem. Ou acredita nisso.
E fica na frente da vitrine admirando o objeto de desejo.
Sem preceber que, na verdade, queria ela estar atrás daquele vidro.

Um comentário:

Tatiana Franey disse...

afe criatura, que assim eu choro... vc escreve de um jeito que entra sob a pele. e fica.
beijos