Pudesse voltar. Desfazer ou impedir tranformações na alma. Marcas.
Fingir que ainda é aquela. Fingir que o tempo andou mas não trouxe algumas ondas, até é possível. Mas não vai se retransformar. O estrago ou o ganho está feito. Pode-se tentar esquecer que viveu, mas o resultado do que viveu não tem como apagar. Pois é, cherie.
Tem dias que pensa como queria voltar a fita um pouquinho que fosse. Mas só serviria para rever as cenas.
E era tão eu. O ar que entrava ao inspirar fazia seu percurso sem obstáculos. E depois saía. Hoje vai sempre no engasgo.
Amputada.
Antes, olhava pra frente.
Hoje, lamenta.
E como seguir em frente? Agora que aqui por dentro não me pareço mais tanto comigo mesma.
Um corte separou o peito em dois. E embora construa pontezinhas que levem um lado ao outro, sabe-se que há um vazio passando no meio.
Só queria desviver.
E agora, José?
E agora, João?
E agora, Maria?
E agora, alguém?
Nenhum comentário:
Postar um comentário