Ficava sentada na porta da oficina mecânica sentindo o cheiro da tinta.
Azul. Sempre imaginava a tinta azul, não importava a cor que estivessem pintando.
Enquanto atirava pedrinhas de brita no meio da rua, burlava o vento interno que insistia em querer sair.
Meu vento é molhado. Como garoa.
Hoje, enquanto atiro pedrinhas de brita no meio do peito, sinto o vento vindo da chuva.
Não quero mais respostas sobre o que foi posto em dúvida.
A dúvida do outro sobre o que vai no meio de mim incinerou violentamente meu último credo.
Me cala, e toda palavra que minha lágrima consegue produzir é carbonizada.
Sinal de fumaça em vão...
Minha verdade duvidada,
não há querer que resista.
Cala a boca do peito, cala a alma, guarda o que, por descuido, foi deixado ao alcance de mãos inábeis.
Os olhos ainda mexem, batimentos persistem, ainda que fracos, os impulsos não respondem mais.
No monitor do mais forte, além do sinal contínuo, lê-se
f u i d u v i d a d o >>>________________________________________________________________________________________________
Causa mortis: [dor - falência múltipla de argumentos]
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
24 de junho de 2008
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5 comentários:
Hum
arrepio, escritos mais lindos!
um abraço
tatoca
Outro post, por favor.
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