dia 1
Auto-privação de poesia. Tirou férias de mim, e diz que não tem data pra voltar.
Amiga Cris, só para constar, lá se foram os amarelos das borboletas. É temporário, não se preocupe.
De fato, as borboletinhas estão no chão, cortei suas asas. Ação preventiva, elas estavam voando a esmo, sem saber pra onde. Seria irresponsabilidade minha deixá-las assim, Cortei. Optei pela dor antes de perdê-las de vista pra sempre.
Fico deitada no chão sem emitir som, vendo a dificuldade que elas têm para andar. Eu não sabia, mas borboletas amarelas perdem o equilíbrio sem as asas. Uma delas me fita, com um ponto de interrogação entre as antenas, querendo saber se suportarei vê-la sofrer para seguir sozinha.
Não sei. Simplesmente não sei.
Minha poesia de férias me faz pensar. O exame confirmava: é câncer. Havia optado morrer dele, sem reclamar. Já em estágio terminal, resolver combatê-lo requer esforço dobrado.
Queria morrer dele, mas ainda me resta um fio de instinto de sobrevivência.
Felizmente, deves pensar aí.
Será?
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
12 de junho de 2008
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