playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

9 de maio de 2008

Hoje, apesar do tom acinzentando no céu, podia ser um dia de sol.
Uma sexta-feira, teoricamente, calma. Pessoas se aproximando alguns milimetros.
Não que felicidade seja pouca coisa, mas pouca coisa às vezes abençoa o coração dizendo: fica calmo, fecha o olho e sente o cheiro.
Que cheiro? Escolha teu preferido.
Olho pra fora de mim, pela janela da direita, que é a que tem o vidro mais limpo, e percebo tumulto. Como passei muito tempo carregando tumultos por dentro, ainda tenho certo medo de absorver, mas olho diretamente e penso que pode ser que seja um período de mudanças. De todos os tipo e tamanhos.
Uma adiquire todo o mal-estar do mundo, têm súbitas tonturas, tosse o que já não cabe mais no meio das costelas, chora, bate a cabeça no travesseiro (essa parte eu imagino) e por fim, queima em febre, transmitindo o recado do pequeno corpo: CARA, pelomordedeus pára de me torturar.
Outro arruma malas, fala estritamente o necessário para me assegurar de que ele ainda é o mesmo, sente os rins congelarem e aguarda ansiosamente um autopresente. Esse já passou a dor do desapego, abandono, e segue rumo ao litoral.
Ainda aqui do lado, um choro quietinho, que ainda nao saiu de dentro, mas de vez em quando m mostra olhos mareados e eu poderia até arriscar dizer que ouço uma garganta travada. Ela esbraveja, se decepciona, talvez se confunda em alguns momentos, e finge ser uma fortaleza. Eu, observo. Espero a deixa, e vez que outra recebo um tom de confiança na voz. Sinto a dor dos 3 e penso na minha. Dois deles me ajudaram a sentir. E eu retribuo, não por gratidão, mas por amor. A outra, talvez não faça idéia, e nem queira saber. Mas eu sinto. Enxergo um pouco mais fundo e espero. Espero ser ou não ser, parte.

Um comentário:

Unknown disse...

Ai, ai, ai, Lidia Paula, se não fosse tu, o mundo não ter mais borboletas amarelas.
:)
Cris Lisbôa, corpo G pp