playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

19 de agosto de 2007

Hoje estou tentando chorar.
E quem diz que é possível?
Paro. Reconheço esse buraco vazio no meio de mim e espero uma lágrima...
Ela não vem. Mas eu sei que ela está aqui. Por que não sai?
Pra onde essas gotinhas salgadas estão indo que não para fora?
Com licença, por favor, você podem sair de mim? Eu peço.
E sei que elas nem deveriam estar aqui dentro.
Será que não estão então?
Será que essa dor é seca?

Tudo está acontecendo aqui dentro. Eu espelho lá fora, mas sei que é só aqui dentro.
Ninguém percebe. Nem quem protagoniza a história sabe.
Alguém sabe a resposta pra isso?
Como pode uma sensação física tão bem acentuada se sobrepor a sinais ora bons, ora ruins?
Ora ora, penso eu. De onde tiraste isso, LP?
Quem permitiu construir sentimentos saídos do nada?

Os sentimentos não saem do nada, eu mesma respondo. Mas quando são apenas nossos sentimentos, somos responsáveis por eles.
Mas e quando alguém pega o seu sentimento e bole com ele? Essa é a grande pergunta no meio de tantos pontos de interrogação.

Este segundo é uma bolha. Bolha de consumo. Um momento de minipaz depois de uma tormenta de sensações e questionamentos invisíveis.
Será que ando densa demais? Ando mudando o volume e a dimensão das coisas sem pedir licença ao universo.
O quilo não tem mais um quilo. O minuto passa longe dos 60 segundos.
Um simples oi tem significado um tratado e às vezes adquire o poder de determinar meu dia.

Isso não pode ser assim. Nem ficar assim. Porque ESSA não sou eu. Eu sei disso, não precisam me dizer, embora me digam a todo instante.

Eu sou aquela que ri. Que deixa tudo leve. Que acredita. Que dá a chance.
Eu sempre fui isso. Vendi isso. E comprei isso.
E é isso que eu quero dar, oferecer, presentear quem passa por mim.

Aos que passaram, eu consegui dar.
Mas de repente tem algo que passa tão devagar, que vai deixando rastro. Como em uma foto tremida, cheia de "fantasmas". Esse rastro me desafia a analisar.
Mas minha análise tem sido guiada por uma força externa. Que às vezes me conduz por um caminho claro, com cor. E do nada, aperta o interruptor e me deixa no escuro.
Devo analisar isso também?

Hoje, não é sobre você. Hoje é sobre mim.
Mas preciso te solicitar, pois a resposta está presa aí.
Por que você faz o que faz? Por que vai e depois vem? E quando vem, por que não fica?
Responde em código, mas responde.
Responde na lata, mas responde.
Apenas responde.
Não tem mais espaço para não resposta.
CARALHO, não há mais espaço para não resposta.

(Se ainda não percebemos, é melhor que saibamos que estamos conduzindo um mesmo barco. É preciso que mostremos nosso planos de percurso. Não por curiosidade ou por comprometimento, mas apenas por parceria, por respeito próprio.)

A gente pode entrar num barco sem saber pra onde se quer ir. Mas não se pode entrar num barco sem querer entrar. Portanto, já entramos, e sabemos que entramos, vamos navegar.


*Tenho um apego por metáforas. Mas é bom que se considere essas usadas aqui como o mais próximo da realidade. Sim, é com você mesma que estou falando.

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