Ainda absorvo os olhares não desviados.
As palavras trocadas, às vezes em compulsão, às vezes em contingência.
Ainda te leio e por vezes te escuto, ao longe, falando baixo.
E como te despes dessa força que só olhos muito mal preparados acham que é real.
Sim, eu ainda acredito no que deixou escapar nas noites aquelas.
Me puxou pra perto e disse sem falar que eu podia entrar.
E mesmo que a porta se abra apenas quando você quer, é bom saber que ela se abre.
Meu olho fala demais, tagarela. Não nega o risquinho de felicidade quando te vê.
E o riso? Tem jeito de rir mais gostoso que isso? Se tem, esqueceram de me contar.
As frases soltas ao mesmo tempo são regidas por sei lá eu quem. Mas não importa, existem.
Penso na diferença, mas me salta aos olhos a semelhança.
E me disse certa vez: "Não te referes nunca a mim com suavidade".
Não? É certo que pensavas assim?
Volta no tempo, nas horas, no vento. E discursa pra mim o meu primeiro texto.
As longas conversas começadas em uma hora qualquer de uma madrugada qualquer chegaram sozinhas, suavemente, como são teus passos.
Daqui e dali, tornou-se natural te ouvir ou ler antes de dormir, ou acordar para te ler e voltar a dormir.
A surpresa e o susto do anúncio de mensagem podiam roubar o sossego, mas trazem uma paz quase como se fosse um abraço.
E é isso. Que eu seja um abraço pra você.
Que você venha quando precisar dele.
Ou de mim.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
14 de agosto de 2007
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