playlistinha - momentos

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17 de novembro de 2008

Marta descobre algo muito engraçado. 

Ouve a risada e o provável comentário, e finge ter contado.
Percebe que agir ou imaginar teria o mesmo efeito.
Volta o pensamento para algo mais prático e segue o dia.
E desaprende aos poucos a presença.

13 de novembro de 2008

Bom dia.

Pão com ovo e café preto.
Adoro. Pronto, falei.
Do Mac, porque tenho esse lado americanizado que vem do útero (sim, porque do ovário que restou, pouco se aproveita).
Um buquê de flores, de todas as cores, pro amigo que me acompanha há meia vida e ainda consegue passar 3 horas me ouvindo, e melhor, me escutando, e melhor ainda, me dizendo coisas que me façam sentir melhor, ou pior dependendo da circunstância, mas que me abrem o coração, pra mim mesma. Obrigada, sempre, por toda paciência, porque eu bem sei que é necessária muita. No fim, apenas me abraça, me manda à merda (que é pra não banalizar) e assistimos ao final do jogo, sem prestar atenção nenhuma, porque enfim, só estamos ali, usando a luz da tv pra iluminar um abraço.
Até as coisas que mais me machucam parecem perder um pouco a força e a razão de existir depois dessas conversas. 
Tudo mentira ou tudo verdade... hora de tirar água do barco, ainda que seja de caneca.

Dizem que temos um anjo da guarda sempre nos acompanhando. Acho que tenho dois.

Saudade dos filhotes, de mim, de correr 5 minutos, do Prumirim...

12 de novembro de 2008

Às vezes penso nessa coisa toda de espiritualidade, missões, provas e o que de fato a gente tá aqui pra fazer.

Ontem assisti a uma menina falando durante meia hora sobre o Plano de cá e o Plano de lá. E quando paro pra pensar no que Eu estou fazendo, quase chego à conclusão de que a minha estadia por aqui resume-se em "DES". 
Em primeiro lugar, DESmitificar a mim mesma: que me achava uma pessoa tão evoluída, boa e etc. Tenho descoberto que não sou nada disso. Me sinto pequena, capaz de cometer erros horríveis, com os quais eu não concordo, mas cometo. Capaz de machucar pessoas tanto quanto me machucam, mesmo que eu tente de toda maneira não o fazer. 
E a dificuldade que se tem em estar de cara com defeitos próprios pode ser corrosiva.

Ai, vem o DESculpar-me: segundo um amigo que chocou-se ao descobrir que desculpa nada mais é que DES+CULPA=tirar a culpa, lido muito mal com ela. 

Então, DESligar-me ou DESapergar-me: e essa capacidade de considerar pessoas parte da minha vida. E a dificuldade de aceitar que não existe isso.

Enfim, DEScubro que não sou nada daquilo que acreditava ser. E DESejo entender cada lição por trás do fracasso.

Espero o desequilíbrio me guiar. 
Desatino, desato a chorar, despenco e despeço-me.

10 de novembro de 2008

"uma vontade de chorar. a mesma chuva que não molha"

na mala coloquei pouca coisa, quase nada. não sei quanto ficarei fora, mas gostaria que não fosse pra sempre. quero voltar.
doeu comprar a passagem. não escrevi bilhetes de despedida, porque se eu desaparecer e você não notar, não importava me despedir.
não sei se vai fazer frio ou calor daqui pra frente. por enquanto neva. ponho a língua pra fora e sinto um floquinho pousar na pontinha. gela e derrete. outro e outro e outro. deixei uma passagem debaixo do tapete na porta. para daqui 3 dias... pode remarcar se quiser. mas gostaria que viesse. 
compreendi algumas coisas, entre elas: 
que o teu amor não precisa ser igual ao meu. 
que a gente sente saudade até de quem não sente saudade. 
que imaginar o outro em vez de enxergá-lo é perigosíssimo.
que as lojas que fecham às 20h no domingo ficam à meia porta até 20h15, e que com jeitinho você consegue passar por baixo e comprar o que precisa fazendo uma cara de "ai meu deus".
que te ver e não te querer é improvável, é impossível.
que tomar café numa padaria nova no pé da serra às 6h48 da manhã de domingo pode ser triste e bom ao mesmo tempo.
que o que a gente julga cruel no outro às vezes é exatamente o que a gente faz.
que alguns sentimentos "muito bons" só impedem as boas coisas de acontecer.
que o vigésimo dia sem cigarro é mais difícil que os dois primeiros.

essa viagem é longa. me deseja boa sorte?

7 de novembro de 2008

Sou pobre. E enriqueço ao prestar atenção nos outros.

A porta do carro brutalmente violada nada se parece comigo, que me abro sem senhas, sem travas, sem alarmes.
Minha pobreza reflete um tanto de não-sei-o-quês que acumulo ao não decifrar olhares.
Gosto da forma, antepondo-me a minha disformidade natal.
Aplico-a a todas as letras que ouço ou desenho. Sim, não sei escrever, apenas desenho as letras.
Prefiro as frases perdidas nonsense. Estimulo glândulas lacrimais com repetições compulsivas de lembranças. 
Tenho apego à dor, acho eu. Talvez o bem mais fácil de se adiquirir.
Fermento na esperança de azedar. E chego a vestir um luto pueril, mas vim vacinada de tal forma que abro um sorriso suculento toda vez que uma imagem, um cheiro ou uma voz me aconchega, mesmo que sem querer.
Às vezes, você nem nota que sorrio chorando. E segue dando gargalhadas.
Escrevo com canetas vermelhas. 
Deixo coisas cairem das mãos.
Como, quando estou triste, por um motivo que ainda não consigo definir.
Me esforço para resolver qualquer coisa nesta vida que não me faça repetir provas na próxima.
Perdôo, mas sempre espero consciência.
Gosto das palavras "cumplicidade", "bacana", "óbvio", "implicante", "negrinho" e "coisa".
Queria tatuar "Não" no meio do peito, mas há protestos.
Tenho preguiça de sorrisos não divididos, fotos sem pessoas, chuva sem trovão.
Detesto doce, mas como um vidro de Nutella sem sofrer.
Me superestimo, mas me subfaturo.
Tenho tantas coisas, e talvez só queira uma.
Dificilmente me conformo, e isso um dia me mata.

5 de novembro de 2008



4 de novembro de 2008

Tô aqui pra ser sincera, porém polida.

Hoje confirmei a expressão "quem procura acha" e encontrei no meio do palheiro respostas para perguntas que nunca fiz. Mas foram bem-vindas, apesar de eu preferir não me decepcionar (embora seja difícil para alguns acreditarem nisso).
Sem saber por onde começar, mais uma vez me surpreendo.
E talvez sirva para que eu possa confirmar mais uma teoria minha da qual muitos discordam, porém, até que provem o fato: 
infiel sim, desleal nunca!
basicamente uma definição - pra resumirmos a cousa num contexto inteligível = fidelidade ao corpo, ao contrato, à convenção - lealdade à alma, ao sentimento, ao coração.
Para tanto consideramos a traição de um amigo, deslealdade e a de um amor, infidelidade.
dá pra entender? não? ai, caramba.
vamos ver se nos próximos dias, consigo te situar melhor. No momento, só penso que poderia desacreditar da maioria das pessoas, mas, ainda, à primeira vista, enxergo no outro um espelho de mim... e confio. Até que me prove o contrário, como mais um o fez.

confissão: meus defeitos tornam-se tão minúsculos às vezes que quase acredito nos que me têm apreço.
e uma pergunta: não deveríamos dizer "amo" apenas quando fóssemos capazes de saber o que isso significa?
não confunda nunca amor com o momento que vive. Amar não tem nada a ver com corpo, com anéis, com compromisso, com dividir espaços ou até vidas. Amar não é desejo, nem saudade. Amar é simplesmente cuidado. E é basicamente o que falta a quase todos que dizem "amo", pensa nisso.

E que orgulho tenho de mim por ter sido leal principalmente aos quais para quem não disse te amo.