Sofrer ou não sofrer. Eis.
Quando se chega ao ponto da sua própria lógica embaralhar sua cabeça, melhor dar um respiro fundo, daqueles que duram pelo menos umas duas semanas.
Tudo (ou nada) se resume a compreender o que é importante para a sua vida e o que é necessário. E então, tentar enfiar o necessário dentro do importante, sem que nenhum dos dois saia perdendo.
O POBLEMA - nesta exata grafia - é que na maioria, maioria mesmo, das vezes, o necessário estraçalha o importante, picando em pedacinhos suas capacidades de determinar com plena certeza o que fazer no momento.
É o famoso "Caso ou compro uma bicicleta?", só que 'up to date' em sua complexidade.
De posse do dilema, dependendo da sua logística mental, você pode ter em mãos uma simples dúvida ou a iminência de um surto psicótico emocional-financeiro-socioecológico-urbano de ordem C na escala ABC de possibilidade de comprometimento cardiorespiratório.
Determinada pela minha data de nascimento, pertenço ao grupo que se encaixa na segunda opção com uma facilidade astronômica, praticamente irracional.
Ecatombe à vista, caminho sem desviar em direção ao precipício. E por uma necessidade de autodesafio, me jogo da parte mais alta, que é para a longa queda permitir me arrepender umas 20 vezes até que consigo parar em um galho disponivel: um momento para redefinir a escolha e tentar subir de volta, caso essa seja a melhor coisa. Sim, oportunidade única! Mas, porém, todavia, etc. etc., uma pontinha de incerteza me faz olhar bem para baixo e COGITAR o fato de "será mesmo que é pra cima a melhor coisa a fazer?". Para baixo me parece mais fácil, mas para cima seria o que qualquer pessoa escolheria. Sim, mas eu gosto de ir para baixo, e para cima é uma subida cansativa. Mas também para baixo pode me machucar, e para cima, tem o que é necessário para minha sobrevivência, mesmo que seja uma sobrevivência sem sal. Não, para baixo há mais opções. Mas o que eu quero, enfim?
Eu? Eu quero.... quero o que tem lá embaixo, mas preciso do que tem lá em cima. Neste caso, importa o que eu quero?
TEM que importar. Sou eu que vou conviver com isso. É, você que vai conviver com isso, todos os dias. Ou seja, você também que vai conviver com a falta que aquilo pode fazer. E tem jeito de eu viver bem somente com o que eu necessito? Não, você morreria de tristeza. Você é um ser de água, lembra? Precisa das cores e das bolhinhas de sabão em volta das coisas.
E tem jeito de eu viver bem somente com o que quero? Até tem, se você não se culpar tanto por escolher o caminho mais longo que o da maioria do mundo. Mas o caminho mais longo pode ter mais árvores no trajeto, não pode? Pode. E também mais abelhas nas árvores. O caminho mais curto é reto, sem curvas. Asfaltado, freeway, seguro total, e as janelas do carro não abrem por causa do ar condicionado.
Das abelhas eu posso correr. Sem ar eu não respiro.
Estou aqui, neste ponto da equação...
playlistinha - momentos
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9 de janeiro de 2008
dois atos de improviso - primeiro
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