Diariamente, Marta se esforça para se tornar uma pessoa pior.
Se podes entender, o faça, de saber que muitas vezes tiramos as pessoas, ou pelo menos suas imagens, de nossas vidas por cuidado, e não por desprezo. O cuidado de não manter um machucado doendo. De não machucar mais o doído, E de guardar o que prezamos no meio da alma e não no meio da rua.
Todos não precisam ver, nem você saber, que o amor independe dos sinistros no caminho.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
30 de abril de 2008
28 de abril de 2008
Não dá pra não reproduzir isso, tocou no radinho, em plena 23... e é só, mais nada.
Você diz que eu te assusto
Você diz que eu te desvio
também diz que eu sou um bruto
e me chama de vadio
Você diz que eu te desprezo
que eu me comporto muito mal
também diz que eu nunca rezo
ainda me chama de animal
Você năo tem medo de mim
Você năo tem medo de mim
Você tem medo, é do amor
que vocę guarda para mim
Você năo tem medo de mim
Você năo tem medo de mim
Você tem medo, é de Você
Você tem medo, é de querer
Você diz que eu sou demente
que eu năo tenho salvaçăo
Você diz que eu, simplesmente,
sou carente de razăo
Você diz que eu te envergonho
também diz que eu sou cruel
que no teatro do teu sonho
para mim năo tem papel
Você năo tem medo de mim...
Você năo tem medo de mim
Você năo tem medo de mim
Você tem medo, é de Você
Você tem medo, é de querer
me amar
25 de abril de 2008
22 de abril de 2008
Cargas positivas e negativas alternadas. Será esse o significado de estar "uma pilha"?
Devemos ter um problema de interpretação aqui, pois senti nitidamente meu corpo se separar do resto (leia-se resto o resto mesmo)... No drugs, my dear. No drugs. Consigo essas proezas de cara limpa mesmo. Penso demais. E de vez em quando, um curto circuito provoca pane... Momento etéreo, quando só manda o meio do peito.
Posso parar de pensar, Pai?
No drugs, Pai. No drugs.
Meu DNA já veio carregado de entorpecentes.
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Pingolino está lá, deitadinho semi-inconsciente na mesa do veterinário. E se perguntando: cadê ela? Cadela!
To indo. Afofar o mais dengoso canino. Não muito pra não machucar, e te pergunto Pingo: cadê ela? ...!
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Entro sorrateiramente na discoteca do iTunes do coleguinha (coisas de computadores que acessam computadores alheios) e passo de olhadela as opções, quando clico sem querer em uma e instantaneamente começa aquele cantinho inconfundível da musica-tema do Rei Leão. Como se estivesse em câmera lenta, sinto um sorriso nascendo enorme no meu rosto, pra quem quisesse ver. Sim, senti como se visse um puta arco-íris depois de um temporal arrasador.
Uso montanhas-russas para existir.
Às vezes, numa volta mais distraída, vomito. Dolorido e agradável perceber-se ser humana.
E leio no blog amigo no fim da noite de feriado (embora eu estivesse trabalhando, ainda assim era feriado) desencadeamentos de lágrimas. Escorreram gentilmente por essa bochecha tão acostumada a franzir-se em sorrisos. Eu consigo ver a borboleta, Cris. Mesmo que ainda não enxergue o amarelo. Choro essa dor de ter a alma manchada de graça. Mas é como ouvi na hora e meia em que aspiravam o carro: pessoas de verdade se sujam às vezes. Tá, fui de verdade, senti e demonstrei que sentia. Deixo o imaculada para Maria. Foi-se, putaquepariu.
Olha lá a borboleta.
De que cor?
Ainda não sei. Mas é uma borboleta
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disse ela:
"Passamos horas da manhã em um posto de gasolina, esperando o carro ser limpo e a vida ter mais coerência. Não muita, apenas o suficiente para que o nosso pequeno mundo faça sentido. Um sentidozinho de nada, é pedir muito? Nunca sabemos se foi certo,se foi errado. Foi, enfim. Fazemos o que é possível, compreender - e aceitar - isto é uma das partes mais dolorosas de sair do casulo e assumir, cresci. Pois fizeste o que dava. E não foi o que tu queria, graças a Deus, que pavor seria uma pessoa imaculada e perfeita tão perto de mim. O que os outros pensam disso é problema dos outros. O que tu pensa disso é problema nosso. Nada está sujo, violado. É apenas real. E o real tem pó, estria, espinha, calo, unha mal pintada, quadros tortos, paredes descansacando, geladeira pingando no chão da cozinha, pilha de roupas sujas fedendo dentro do tanque. O real é palpável, dói pra caralho e não tem pena de ninguém. Sei como tu te sente e só posso dizer: vai passar. Este véu vai cair e vais voltar a enxergar. Primeiro as borboletas, depois o detalhe amarelo das grandes asas das mesmas. E então, vais voltar a sentir por ti o que eu e ele sentimos: orgulho. E amor. Boa sorte, LP."
14 de abril de 2008
o ministério das relações humanas adverte: falta de cuidado quebra pessoas
A jarra de cristal fino, guardada por tanto com carinho, esfarela-se em queda pela tarde de uma segunda-feira.
Cristal falso, penso, enquanto o barulho ensurdece minha cabeça.
O líquido em seu interior?
Vai secar em cima dos cacos.
10 de abril de 2008
Marta às vezes me mostra alguma essência dos assassinos passionais. Enquanto espera o sol baixar na tarde, ouve uma música qualquer cantada por uma bêbada qualquer, bate o salto do sapado no chão e pensa que prefere a dor da morte a da perda. Escolho não interferir por saber que são apenas efeitos de uma tentativa de não lidar com as tragédias e sim se deixar levar por elas. Sei que a morte à qual ela se refere seria acidental, "o mundo resolveu minha dor por mim", mas ainda assim, me intriga essa mulher. Uma mulher que traz dentes de leite no sorriso e meias rasgadas a unha na mala. Assiste Fantasia antes de uma noite tortuosa. Desafia-se a dar o corpo e preservar a alma. E quando afunda a cabeça na água, volta a ter 4 anos.