Das obsessões por café, cheguei aqui. E hoje, lendo o cabeçalho deste blog, percebi que são muitas as coincidências cafeínicas (ou deveria dizer cafetínicas?) na minha vida.
Talvez porque eu venha da cidade dos cafés. Porto Alegre só perde pra Buenos Aires, deve ter uns 4 cafés por quadra. Um hábito cultuado pelo frio. Pela necessidade de se estar com alguém, tudo é motivo pra um "vamos tomar um café?".
Muitos amores nasceram com uma xícara de café. Muitas brigas terminaram em uma também. Acordos de separação e listas de convidados para casamento devem ter sido feitos aos montes em uma das milhares de mesinhas redondas em mosaico espalhadas pelos pequenos ambientes, geralmente em tons pastéis, que nos acolhem principalmente quando estamos sozinhos. Isso os cafés têm de bom: pode-se ir a eles sozinho e não se sentir incomodado, porque todos sabem que uma pessoa com uma xícara de café nunca está sozinha. No mínimo ela está acompanhada de pensamentos cítricos.
Inspirada pelo amparo do pretinho quente e querido, tenho o costume de relacioná-lo a intimidade, aconchego e sorrisos de canto de olho. Por tanto, nada melhor para se oferecer a alguém que se quer conquistar. E aí, vem a lenda do café. Quantos são marcados e desmarcados? Quantos se tornaram pretextos pra se olhar para os olhos daquela moça que se quer tanto? Quantos foram negados? Muitos, muitos, mas nunca deixaram de ser oferecidos. Convidar para um café é quase como convidar para um abraço. Poucos devem ser levados.
Você ainda faz parte nos cafés negados. Quem sabe uma hora dessas entre para o café lista de casamento, ou apenas o café abraço.
O café deve ser o último símbolo de união humana. Forte ou fraco, que ele nos una.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
13 de julho de 2007
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Um comentário:
Toma uma café comigo? Agora?
Cristiane Lisbôa
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