Quem é você?? Assim, com os dois “??”.
Eu? Sou esta que fica bamba quando te vê. Era isso que eu tinha que responder. Sem meias palavras, sem receios. Sou esta que muda o horário de tudo pra ter um pouco de ti, uma olhadinha, quase não o bastante para satisfazer o frio aqui dentro. E você segue, sozinha, certeira. Devia vir certeira até mim. E vem, como uma bala.
Agora já não consigo mais esconder esse sorriso ridículo que aparece no meu rosto toda vez que você vira a esquina e vem caminhando, passos largos, como pra quem não existe relógio. O tempo é teu. Faça ele parar. Por favor. É um pequeno pedido para um desejo tão grande, de te ver passar. E quando parar, se o for, dê-me um sorriso, diga um olá. E eu te dou a mão e o sorriso ridículo já nem é mais ridículo, apenas por ser retribuído. Ah, benditos sejam os ridículos. Que sorriem por alguém. Este sorriso aqui é teu, dado de graça. E você vai sumindo aos poucos à medida que o vidro acaba. Passou. Agora só daqui uma hora, quando você voltar. Aproveito e corro, pouco, ainda não suporto muito. Volto a caminhar, pra lugar nenhum, mas decidida a chegar. E a certeza de que vou chegar te traz de volta. Lá vem você. E esse tempo longo que te acompanha. Mas pra mim é tão rápido, mal consigo pegar os detalhes do que me faz te admirar. Tempo, tempo, tempo. Uma Alice no meio do nada, fico ali, elaborando tua passagem pelo meu mundo. Se foi. Agora, só amanhã, com sorte.
Amanhã é sábado, vou dormir até segunda pra não sentir essas horas em vão.
O que será que você fez? Riu? Chorou? Viajou? Namorou? Beijou outro alguém que não eu?
Sei lá, nem quero saber. Sei que estás bem, suave novamente no meu caminho.
Embora pareça, ainda não sou louca. Que mal há em te querer? Só porque você não me quer? Você não sabe que me quer, ainda não passei pelo teu vidro como passas pelo meu.
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