playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

18 de outubro de 2009

Uma azia queima o estômago, ilustrando um desespero interno. Ainda ontem achava que sabia o exato motivo que apertava a garganta. A razão da suposta infelicidade parecia clara. Quando um momento de maior solidão confundiu os pensares e tirou os pés do chão. Aquilo que queria e sabia ser o que traria calma tornou-se o maior desassossego, palavra grande e cheia de curvas, por onde vagam os pensamentos buscando a chave da jaula que protege o medo. O medo trancado do lado de dentro não assusta nem deixa sair. Não adianta chegar agora até aqui. Ficar batendo na porta sem parar. Insistindo para entrar. Por mais que quisesse abrir, não conseguiria. Já não é mais, embora não tenha deixado de ser. A certeza que existia em querer deixar entrar se corroeu em ferrugem esperando. Cada porta batida na cara desfigurou o meu torpor. Teu ruim foi tão valente que curou meu cego amor. Ainda que queira voltar um ou dois capítulos atrás, a história correu sem roteiro, mesmo sem final aparente, mesmo sem cena envolvente, deixando claro o enredo. Tragédia disfarçada de comédia romântica. Sem rima não dá pra acabar, por isso vou ter que mudar. Um final que começou em desejo, reconhece lá nos créditos, da ultima pessoa que viu, um real e triste bocejo. Ainda acho a coisa brega, não consigo arrematar. Queria contar um sentimento, mas como todos os nossos beijos, melhor mesmo é adiar.

Nenhum comentário: