playlistinha - momentos

  • Ouça o seu silêncio

27 de junho de 2007

Tudo tranqüilo na Dinamarca. E a pergunta do dia é: Por que uma pessoa age hoje exatamente no lado oposto do que vai agir amanhã?

Pergunta óbvia, mas nem tanto. Se eu sou bacana contigo hoje, amanhã tenho que não ser? Bipolaridade? Ok, é a desculpa do momento para os fracos de caráter.
A partir de agora, sou bipolar. Portanto, se eu sorrir pra você e amanhã quiser te matar, não repare, é um detalhe.

13 de junho de 2007

ela entrou, entrou bem. Disse o que queria... ouviu, pois.
Sempre à espera de uma resposta, um sinal de vida.
O sinal tarda a chegar e os pés vão ficando frios, já sem se mexer, pisca um olho pra ter certeza de que ainda vive.
Sabor estranho esse da adrenalina ruim, movimenta e dispara o coração. Bate, bate e bate na cara. Dá a cara pra bater, ela diz.
Vai ficando de molho, imaginando o que acontece por lá. Cada telefone que toca libera a morte. E a imaginação prolifera insanidades. Será dissimulação? Como bem ouviu pela manhã. Não pode ser. Coração não dissimula. Apenas simula desejos inalcansáveis.

6 de junho de 2007

Santa Klaus Papai Noel....

Adiantam-se os ansiosos, metem os pés pelas mãos, enfiam o pé na jaca, e a carroça à frente dos bois.
Santinha que vos diga, e pleno meio de junho recebendo pedidos inatingíveis. E se fossem apenas bolas e bonecas, até que não seria tão desumano. São pessoas. Pessoas que pedem pessoas. Tava lá no folhetinho recebido corrido na rua: Dona Marta Cartomante. Trago seu amor de volta em 3 dias. Problemas do coração? Desfaço trabalho. 10 reais a consulta.
Dez reais?? Amor barato esse, não?
E aí a Djanira, moça simples, recatada, acredita e deixa de comprar 4 pãezinhos e um litro de leite pra trazer o amor de volta. Desfazer trabalho nem pensar, ela precisa do emprego, ó ingenuidade.
A tal da Marta, huh, podia ser tudo menos cartomante. Cartomante sem a bola em cima da mesa, eu não acredito, pensa ela. Mas os dez já estavam na caixinha. Melhor ficar.
- Tens um amor que foi embora, filhinha?
- Na.. Não. Eu nunca tive um amor, acho que ele foi embora antes de me conhecer...dá pra trazer de volta mesmo assim?
- Claro!!!, Dá pra trazer tudo o que se quer. Mas nesse caso são mais 5, por conta da diversidade de escolha, entende?
- Sim, entendo. Mas já tenho uma escolha. Sidmundo!
- Hum, e conheces o Sidmundo?
- Conheço, sim senhora. Ele aparece no meu sonho toda noite.
- Homem de sonho é 20.
- Bom, posso pagar os outros dez quando ele chegar?
- Vamos ver, as cartas dizem que ele virá. E que você fará uma viagem longa, de navio...
- De navio? Para onde? Eu nem sei nadar.
- Não importa, para se viajar de navio não é necessário nadar. Compre maiô, o lugar é de sol.
- Mas eu vou...
- Mas nada... Com dez é o máximo que posso fazer.
Dajanira sai. Por um minuto lembra de quando era criança e ganhou um barquinho de plástico. Jurou um dia entrar nele e fugir.
E as lembranças foram vindo à mente, tanto que não percebeu o tempo mudar.
Chovia cinza e ela continuava caminhando e lembrando de Sid, que esta noite havia de aparecer e ficar pra sempre.
Tarde foi dormir, deitou, pós os óculos fundos de lado e cochilou.
Sidmundo tinha apenas 15 anos quando foi preso, mas lembrava muito bem da noite em que matou Djanira, de 1 ano, violentamente, ao lado do barquinho.
Dona Marta não dorme desde aquele dia, agarrada a uma nota de dez. Olha a rua e ouve o choro. Nunca deva a uma cartomante chamada Marta.