Em determinado ponto da existência, algumas pessoas resolvem relacionar felicidade a um grau de adrenalina. E, entrando sem aviso na casa onde mora o perigo, enganam-se achando que aquela dor no estômago é sinônimo de "estar vivo".
E a casa onde mora o tal perigo é muito bem arrumada e atraente. Principalmente aos olhos daquele apegado a sonhos e utopias. Porque na verdade pra ele pouco importa o que as coisas são e sim como ele as vê. "Eu quero que o encontro com você seja mágico e lindamente recíproco, e automaticamente luzes coloridas pairam no céu, que somente eu vi, claro." É assim, damos às coisas e possivelmente às pessoas a cor que para nós é mais confortável.
E é aí que mora... isso, você pode imaginar.
Porque todo delírio tem breves períodos de lucidez, acredito eu que por um instinto de sobrevivência. Duram pouco, normalmente pouco, e ou trazem calma ou desespero. Aí vai depender se a realidade é mais ou menos fértil que a sua imaginação. (me permita rir um pouco aqui, meu lado sádico)
Não sei se é saudável essa "máscara" que damos ao mundo. Mas sei que, se ela nos inspira também nos arrisca. Nos faz fazer papel de bobos, nos permite viver coisas que nao faríamos "conscientemente". E, por fim, nos protege de ver a cara de alguns monstros, pra que possamos continuar acreditando que esse filme sem diretor na nossa cabeça, às vezes pode ser encenado.
Nem tudo é bom nem tudo é mau. Tá, ok, mas nunca se fica no meio neste quesito. É bom com pitada de mal e mal com nuaces de bom.
E o que eu espero de você não representa necessariamente o que você está disposto a me dar.
E olha que descoberta impressionante.
Me contaram que não somos Deus. Nossa singela e audaciosa imaginação não tem o poder de transformar. Agora, qual poder tem, hum... alguém?