"Três pratos de trigo para três tristes tigrinhos"
Lembro dele dizendo esta frase repetidamente, durantes 3 ou 4 temporadas do espetáculo que dividimos pela primeira vez. Ouço, como se fosse ontem.
E ainda não acredito que não existe mais, meu amigo de tantos anos, qua há tanto tempo já não via mesmo estando na quadra de trás.
De lá pra cá, foram 16 anos. Foi meu filho em Champanhe para Mãe Tuda. Lembra? Depois dividimos noites nas Noites em Saigon. Outras tantas leituras e palcos sonhados. Há uns dois anos, chegamos a planejar um reencontro dramático. Não se consumou. E seguiu-se um jantar na casa nova, um café num fim de tarde, uma ajuda informática... e no último aniversário, um desencontro.
Um dia, lá no início de tudo, ele me pegou pela mão e disse: tens que fazer essa peça, porque tu é boa. E me levou. Acho que foi o primeiro que acreditou em mim, no palco. E me ensinava nos seus silêncios. Era extremo em tuto que fazia de arte. E era incrivelmente bom. Por um único motivo: acreditava naquilo.
Meu amigo Mateus. Me deu a Mateusa, uma bruxinha que me acompanhou por anos. Me deu cartas lindas com sua letra tão sua que nem precisavam ser assinadas. Ele escrevia em papéis de pão, sempre que sentia vontade de dizer que amava alguém. Guardo-as até hoje.
Tropeçou na mesma pedra que eu, a autodescrença.
E não deu tempo de tentar de novo.
Doce e branco. Branquinho. Foi soldado na vida real, literalmente.
Não dei tchau. pelo mesmo desencontro do aniversário.
Mas te aplaudi todos os dias em que lembrava de ti.
E se a cortina se abrir outra vez pra mim, será por ti que farei alguém rir.
De pé.
playlistinha - momentos
- Ouça o seu silêncio
26 de julho de 2009
24 de julho de 2009
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