Quando eu morrer, queria algumas pessoas aí pra me receber.
Se possível, o meu avô. E ao lado dele podiam estar Elis e Cássia. (há mais umas três pessoas, mas não vou matar ninguém antes do previsto)
Definitivamente os três combinam. E os três me trazem as mesmas sensações – grama molhada, abraço e nenhum aperto no coração. A maioria das pessoas me aperta o peito. Algumas por amor, outras por culpa, por desejo, por saudade, por querer e não ter e por ter e não querer.
A gente acha que quando dói é bom. Não sei, talvez. A dor é só um aviso de que a gente devia ter dado mais valor.
Mas aí, vem a paz. Paz de estar em dia com a gente mesmo. Seguinte: Doeu. E que bom que doeu. O ser humano é criança pra sempre. Se não é restringido, não aprende. E ainda há aqueles que nem assim chegam lá. Tem que se ter muita paciência com esses. Você ali, tomando uma atrás da outra e agradecendo pelo que aprende, e o cara com errinhos tão banais incapaz de decifrar a mensagem.
O que se faz com uma criatura dessas?
Reza-se. Não uma rezinha das decoradas por qualquer beata, mas uma boa reza brava, do tipo: Deus, ou coisa maior que eu, tenha muita paciência, e se der, não esquece de explicar no fim o porquê.
Hum, ok. Fui, voltei e não levei ninguém a lugar algum, certo? Melhor assim, alguém deve ter chegado ao ponto. Um ou dois alguéns, no máximo. Maybe três. Bingo.